Língua-Mar
A língua em que navego, marinheiro,
na proa das vogais e consoantes,
é a que me chega em ondas incessantes
à praia deste poema aventureiro.
É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro.
Língua de sol, espuma e maresia,
que a nau dos sonhadores-navegantes
atravessa a caminho dos instantes,
cruzando o Bojador de cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós.
No teu sal, singra errante a minha voz.
Adriano Espínola
Não publique:
ResponderExcluirAcho que você quis dizer "Espínola", não??
"Mar, metade da minha alma é feita de maresia"
ResponderExcluirSophia de Mello Breyner Andresen
como resistir?
ResponderExcluirGosta de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar a criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa...
caetano veloso (língua)
língua portuguesa
ResponderExcluirúltima flor do Lácio, inculta e bela
amo-te assim, desconhecida e obscura
amo o teu viço agreste e o teu aroma.
fragmentos do bilac
e aqueles que por obras valerosas
ResponderExcluirse vão da lei da morte libertando
- cantando espalharei por toda parte,
se a tanto me ajudar engenho e arte.
cesse tudo o que a musa antiga canta,
que outro valor mais alto se alevanta.
camões (fragmentos do lusíadas)
"Sendo salgado
ResponderExcluirgelado
ou azul
Será só linguagem"
(A. Calcanhotto / M. Veloso)
"Fique quieto que tudo sana. Que a língua portuguesa, a língua da luz. A lusitana fez de você o primeiro guri". Galvão
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